10:30 da manhã quando meu telefone toca, atendi em estado de semi consciência e do outro lado da linha era o Otacílio, a única coisa que eu entendi foi algo do tipo "Pô Edu, quem faz MTB acorda cedo, a galera ta aqui no terra na veia querendo agitar uma nova rampa" Eu mal tinha dormido após uma longa madrugada de sábado, mas quando ele disse "nova rampa" a disposição foi imediata. Juntei os equipamentos e peguei a estrada calma de domingo ao som de Ozzy rumo ao primeiro bike park voltado ao MTB do Ceará.
Quando cheguei o refeitório já estava vazio, aproveitei para fazer esse mini gap para aquecer rrsrs.
Cebolinha e Neto já estavam por lá.
Primeiro passo, fazendo o reconhecimento do local, a ideia era bolar alguma rampa em terreno natural para ter como plano de fundo nas fotos o açude e as serras.
O primeiro problema de logística era como levar o barro até o local, foi ai que o Jader sugeriu levar na ranger.
Quando chegamos próximo ao local de por o barro o carro atolou! Depois de alguns minutos de tentativas frustadas e as mais malucas improvisações do cebolinha, liguei para o Gustavo pedindo resgate.
Já estávamos desanimados, tudo indicava que não concluiríamos a rampa em tempo de testa-la. Quando de repente para quebrar o silêncio desolador surgi entre as densas cercas vivas do park o roncado de esperança de um toyota bandeirante!! Era o Johnny com um sorriso maroto vindo nos resgatar.
Tudo resolvido, Jader não ia ter que se explicar em casa como o carro ficou atolado, ele temia tanto esse momento que já cogitava dormir dentro do carro. Agora ele já pensa em comprar um bandeirante. Todos estavam animados novamente quando percebemos que não tinha carrinho de mão! Otacílio se voluntariou para ir busca-lo, pegou a bike e saiu pedalando dentro da mata, foi ai que ficamos nos perguntando como diabos ele vai trazer o carrinho por 5km na mata fechada em uma bicicleta? A foto acima responde a pergunta.
Aproveitando a disposição do Johhny, que a está altura já estava integrado ao objetivo do grupo, encontramos outro servicinho para ele, assim não foi preciso usar dinamite. A esquerda da foto é possível visualizar o Jader fazendo uma oração, agradecendo por não ter que dormir dentro do carro ao relento. rsrs
Foi preciso remover cerca de dez pedras que mais pareciam meteoritos de tão cravadas que estavam no solo. Missão cumprida, a recepção estava livre de pedras e tocos, não existia mais o risco de sermos empalados.
Cebolinha aproveitando para relaxar a fadiga, ele passou três horas sobe sol escaldante capinando o percurso.
Moldando a jogada, nessa hora os regadores da pista de dirt foram muito úteis. O barro foi insuficiente mas, como já era fim de tarde concluímos com o que tinha.
Jader fez o primeiro teste, o barro ainda estava muito úmido, mas improvisamos com um tapete.
Fim do dia e todos felizes. Ficou claro que a essência do freerider é a integração entre bike e natureza, passar o dia inteiro procurando e construindo obstáculos em terreno natural é o grande lance do MTB. Agora é só aperfeiçoar a rampa e os saltos. Um domingo com muita diversão, trabalho duro e companheirismo.
